terça-feira, 30 de setembro de 2008

Porque as pessoas choram nas ruas?

Vocês já se depararam com alguém chorando, verdadeiramente, no meio da rua?
É incrível como eu presto atenção nisso. Estejam elas saindo de bancos, protegidas pelos carros que dirigem, falando no celular, ou simplesmente esperando o ônibus na parada. Isto sempre me afeta, dá vontade de parar e abraçar cada pessoa. Mas tenho medo de que elas pensem que eu sou doido, ou algo do gênero.

Mas quando me afasto delas, é inevitável... construo na minha mente, as histórias, ou acontecimentos, que fizeram cada uma dessas pessoas estarem chorando. Brigas na família, término de relacionamentos ou falta de dinheiro; estas são as hipóteses mais freqüentes que levanto. A partir daí, já imagino os diálogos que resultaram nas lágrimas. Às vezes absorvo estes sentimentos que “criei”, e fico triste pela pessoa que, segundos atrás, pensei em acolher com um abraço.

Agora, paro e penso: “Quando eu chorei na rua, alguém percebeu?”
Isto nunca tinha me passado pela cabeça, mas assim como as pessoas que vi, estou exposto ao olhar do público que transita o meu cotidiano. Será que alguém já construiu uma história a partir de uma lágrima minha?

Mas quanto a este choro, tenho uma “sorte”... ou acho que mais adequado seria dizer que possuo uma camuflagem. Nadar. Sim, quando estou nadando (faço isso duas ou três vezes por semana) encontro a hora e o lugar exato para me permitir ao choro. Nadando fico reflexivo como não pude ser durante o restante do dia, então, choro. Não acredito que o choro seja apenas sinal de dor, ele limpa a alma, e isso faz um bem enorme. Estar nadando e chorar é como ficar submerso nas próprias lágrimas. Cada braçada é um passo para a purificação. Debaixo d’água me permito gritar o que o mundo não pode ouvir.

Desejo que todas aquelas pessoas tenham essa mesma oportunidade.

3 comentários:

Renam Timbó. disse...

Não lembro a última vez que chorei. Queria me permitir fazer isso. Bem, é incrível como nowadays as pessoas não se importam em nada com os sentimentos das outras. Pelo menos, você é diferente, é sensível. Bom texto. Escrever é transgressor.

Natalia Régia disse...

h eu também crio histórias com todo mundo na rua..só que nunca criei contigo não..rsrs
adorei o texto Walmick
beijooo

Andrei Bessa disse...

acho que sou mais altista


eu crio histórias de pessoas tristes ou felizes.... rabugentas ou saltitantes.....

aeihehi
deu bobeira, crio historia
eiaha