segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Marília e o Universo Paralelo

Marília era uma menina como outra qualquer.
Muito carismática, se dava bem com todos de seu convívio. Mas uma coisa intrigante sobre Marília era a sua relação com o fabuloso Universo Paralelo. Ela nunca visitara tal lugar, mas esse era seu grande sonho, pois ela sabia que lá encontraria muitas bonecas, desenhos, doces, vestidos e amigos. Todos outrora perdidos.

Calma, talvez você não esteja compreendendo direito. Pois me deixe explicar melhor. O Universo Paralelo é o lugar onde todas as nossas coisas vão parar, quando simplesmente desaparecem, e não conseguimos encontrar de maneira alguma.

E na vida de Marília todas as coisas que ela ganhava, comprava ou fazia, um dia, sem que ela percebesse partiam para este misterioso lugar. Assim foi como a mamadeira; com a boneca predileta; com sua primeira sapatilha; com seus esmaltes, batons, vestidos, cartas, bolsas e despertadores.

Quando Marília indagava-se sobre suas perdas, era comum escutar dos mais velhos: “Você não perdeu, apenas não sabe onde está” ou “Quando algo é realmente nosso, sempre retorna”.

Marília cresceu, e com o tempo se acostumou com a idéia de que tudo o que um dia lhe pertencia, no dia seguinte, sem necessidade de explicação, partiria para o Universo Paralelo. Logo, Marília teve uma idéia: não se apegaria a mais nada; não se permitiria a amar algo intensamente, pois sabia que um dia teria de perder-la.

As pessoas começaram a achar a garota diferente, às vezes antipática. Mas não era por que ela queria. O maior medo de Marília era que um dia o Universo Paralelo, cansado de ter para si apenas objetos, começasse a dar fim em todas as pessoas que Marília amava. Seus pais, irmão, parentes e amigos. Destes Marília não conseguiria se separar se fosse preciso, mas o Perverso Universo Paralelo não teve pena da garota, e foi roubando-lhes um a um. Dia após dia. Hora após hora.

Marília, então, se viu perdida em meio a um mar vazio, sem vida e sem alegria. Ela chorou, mas não foi o suficiente para gerar ondas, pois até estas desapareciam sem que ela notasse. A garota se perguntou o que mais ela teria para perder. Nada. Esta era a única resposta; ela mesma já estava perdida.

Foi então que um belo garoto, inexplicável e inesperadamente surgiu na sua frente, estendeu a mão e ajudou a levantá-la, ela o olhou nos olhos. Imediatamente nutriu um amor incondicional por ele. Naquele curto espaço de tempo ela o amou com mais força do que amou qualquer outra coisa na vida. O amou por todos os passeios que fariam juntos, por todos os piqueniques; o amou por todas as alegrias e perdões; o amou. E justamente por isso, o maldito Universo Paralelo pela derradeira vez se fez presente. Enquanto ele roubava o amado garoto de Marília, este lhe dirigiu a seguinte frase: “Nada terminará se Marília não estiver sorrindo; e tudo o que é perdido, encontrado será com um largo sorriso”.

Marília então sentou esperançosa naquele lugar. E até hoje aguarda, pacientemente, pelo dia em que dará o sorriso prometido.

de Walmick Campos

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Escolha

Antes eu me perguntava se existiria algo que fosse mais difícil do que resolver Matemática Física e Química, porém depois de alguns a minha pergunta é: Existe coisa mais difícil do que fazer uma escolha?

Por que a vida é assim? Por que sempre tem dois caminhos ou opções? E por que sempre eu não sei por qual optar?

Branco ou Preto,
Calça ou Bermuda,
Livro ou Filme,
Noite ou Dia,
Patins ou Bicicleta,
Serra ou Praia,
Sol ou Chuva,
Inglês ou Espanhol (ou outra),
Novela ou Minissérie,
Teatro ou Cinema,
Teoria ou Prática,
Sapato ou Tênis,
Sandália ou Chinelo,
Motorista ou Passageiro,
Hoje ou Amanhã,
Bife ou Peixe,
Lápis ou Caneta,
Etc ou ...
??????????????????????????


Vida confusa. Ou eu sou o confuso?
Ah... não sei.






“O mundo não seria ótimo se insegurança e desespero fizessem a gente mais atraente?”
(Albert Brooks em “Nos Bastidores da Notícia” - 1987)