Vocês já se depararam com alguém chorando, verdadeiramente, no meio da rua?
É incrível como eu presto atenção nisso. Estejam elas saindo de bancos, protegidas pelos carros que dirigem, falando no celular, ou simplesmente esperando o ônibus na parada. Isto sempre me afeta, dá vontade de parar e abraçar cada pessoa. Mas tenho medo de que elas pensem que eu sou doido, ou algo do gênero.
Mas quando me afasto delas, é inevitável... construo na minha mente, as histórias, ou acontecimentos, que fizeram cada uma dessas pessoas estarem chorando. Brigas na família, término de relacionamentos ou falta de dinheiro; estas são as hipóteses mais freqüentes que levanto. A partir daí, já imagino os diálogos que resultaram nas lágrimas. Às vezes absorvo estes sentimentos que “criei”, e fico triste pela pessoa que, segundos atrás, pensei em acolher com um abraço.
Agora, paro e penso: “Quando eu chorei na rua, alguém percebeu?”
Isto nunca tinha me passado pela cabeça, mas assim como as pessoas que vi, estou exposto ao olhar do público que transita o meu cotidiano. Será que alguém já construiu uma história a partir de uma lágrima minha?
Mas quanto a este choro, tenho uma “sorte”... ou acho que mais adequado seria dizer que possuo uma camuflagem. Nadar. Sim, quando estou nadando (faço isso duas ou três vezes por semana) encontro a hora e o lugar exato para me permitir ao choro. Nadando fico reflexivo como não pude ser durante o restante do dia, então, choro. Não acredito que o choro seja apenas sinal de dor, ele limpa a alma, e isso faz um bem enorme. Estar nadando e chorar é como ficar submerso nas próprias lágrimas. Cada braçada é um passo para a purificação. Debaixo d’água me permito gritar o que o mundo não pode ouvir.
Desejo que todas aquelas pessoas tenham essa mesma oportunidade.
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